Definição

O intestino grosso (cólon e reto) faz parte do sistema digestivo e consiste em um longo tubo muscular de aproximadamente 1,5 metros de comprimento, que tem a finalidade de absorver água e nutrientes e eliminar os resíduos alimentares sob a forma de fezes.

Normalmente, as células crescem e se dividem para formar novas células e substituir aquelas que envelheceram e morreram.

Ás vezes este processo sofre alterações e as células começam a se dividir sem precisar, e as células velhas não morrem quando deveriam.

Este crescimento é chamado de crescimento tumoral e, quando estas células têm a capacidade de invadir tecidos vizinhos e se alojar em órgãos distantes, chamamos de câncer.

Quando este processo ocorre nas células que compõem o cólon e o reto, chamamos de câncer de cólon e reto.

O câncer do cólon e reto configura-se como o terceiro tipo de câncer mais comum entre os homens, com uma estimativa de 663 mil casos novos no mundo para o ano de 2008. Já para o sexo feminino, essa neoplasia é a segunda, com 570 mil casos novos no mundo. Cerca de 60% dos casos ocorrem em regiões mais desenvolvidas.

A doença é mais frequente no sexo masculino do que no feminino (cada caso identificado em mulheres corresponde a 1,4 casos encontrados nos homens).

A incidência do câncer do cólon e reto está aumentando em países onde o risco era considerado baixo, como Japão e outras nações asiáticas. Em países sabidamente com alto risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer, a incidência apresenta uma estabilidade ou até mesmo um declínio, como é o caso dos países da Europa Ocidental, do norte Europeu e da América do Norte, além da Austrália.

No Brasil, no ano de 2020, esperam-se 40.990, sendo 20.520 homens e 20.470 mulheres.

Esses valores correspondem a um risco estimado de 15 novos casos a cada 100 mil homens e 16 a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer do cólon e reto entre os homens é o segundo mais frequente na região sudeste (22/100 mil) e o terceiro nas regiões sul (18/100 mil) e centro-oeste (14/100 mil). Na região norte (4/100 mil), ocupa a quarta posição e, a região nordeste (5/100 mil), a quinta.

Entre as mulheres, é o segundo mais frequente nas regiões sudeste (23/100 mil) e sul (20/100 mil), o terceiro nas regiões centro-oeste (15/100 mil) e nordeste (7/100 mil), e o sexto na região norte (5/100 mil).

Ainda não se sabe o que exatamente causa o câncer de cólon e reto, entretanto sabe-se que a doença não é contagiosa. Pesquisas mostram que algumas pessoas têm mais risco de ter câncer de cólon e reto do que outras. Essas pessoas apresentam determinados fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolver câncer de cólon e reto. Os principais fatores de risco são: idade acima de 50 anos (mais de 90% dos tumores aparecem depois desta idade), presença de pólipos no intestino, histórico familiar de câncer de cólon e reto, histórico pessoal de câncer (quem já teve câncer de cólon e reto ou câncer de ovário, mama e corpo do útero), algumas doenças inflamatórias do intestino (Doença de Crohn e Colite Ulcerativa), dieta rica em gordura e pobre em fibras e algumas alterações genéticas que predispõe ao aparecimento deste câncer em idade jovem (40 anos) com ou sem a ocorrência de pólipos no intestino.

Os sintomas do câncer de cólon e reto estão relacionados com o sistema digestivo.

Mudanças no comportamento do intestino (constipação ou diarreia), sensação que o intestino não esvaziou direito, aparecimento de sangue nas fezes, mudança no diâmetro das fezes, emagrecimento, dor ou cólica abdominal, vômitos e náuseas e cansaço.

Outras condições podem causar estes sintomas, mas se você apresentar um ou mais dos fatores de risco para o câncer de cólon e reto é preciso esclarecer melhor estes sintomas.

Mesmo indivíduos sem qualquer fator de risco devem investigar estes sintomas, caso eles se tornem crônicos.

O seu médico irá conduzir uma investigação diagnóstica para saber se os sintomas (ou o resultado alterado dos seus exames de rastreamento) podem ser, ou não, um câncer de cólon e reto.

Esta investigação diagnóstica inclui uma longa entrevista clínica, alguns exames complementares e, caso haja alguma suspeita (presença de pólipos ou tumores), realizar uma biópsia (retirada de tecido para análise).

A confirmação de câncer de cólon e reto é feita somente pela análise de tecido.

O exame histopatológico permite classificar qual o tipo de câncer, além de poder fornecer outras características biológicas do tumor que podem ajudar na escolha do tratamento e na definição do prognóstico da doença.

Após o diagnóstico e a classificação do câncer de cólon e reto, é feito o estadiamento da doença, ou seja, verificar a extensão da doença.

Para isso, geralmente são pedidos exames complementares, como exames laboratoriais, exames endoscópicos (colonoscopia, retossigmoidoscopia, entre outros) e exames de imagem direcionados ao abdome e, eventualmente, para outras regiões.

O objetivo destes exames é determinar o tipo ideal de tratamento para aquele determinado paciente.

Habitualmente o tratamento do câncer de cólon e reto envolve uma equipe multiprofissional que inclui cirurgiões, oncologistas, radioterapeutas, entre outros profissionais médicos e não médicos.

O tratamento pode ser local (quando envolve a retirada do tumor ou o tratamento específico para o local do tumor) ou sistêmico (quando o tratamento visa tratar as células tumorais que estejam em outro local que não seja o cólon e reto).

O tratamento cirúrgico pode ser feito por meio de uma colonoscopia, por uma cirurgia laparoscópica ou por uma cirurgia convencional.

A radioterapia também é considerada um tratamento local.

O tratamento sistêmico pode envolver a utilização de quimioterapia e/ou terapia biológica (anticorpos monoclonais).

O prognóstico do câncer de cólon e reto dependerá da extensão da doença no momento do diagnóstico, das características biológicas do tumor e das condições de saúde do paciente.

Com os avanços das técnicas cirúrgicas, da radioterapia e dos medicamentos (quimioterápicos), o prognóstico é muito bom para a maioria dos pacientes.

A introdução da detecção precoce por meio do rastreamento aumenta as chances de identificar um tumor inicial e com isto melhorar ainda mais o prognóstico.

A prevenção primária do câncer de cólon e reto se dá pela diminuição dos fatores de risco.

Dentre os fatores de risco que podem ser alterados temos a dieta. Procurar adotar uma alimentação saudável, rica em frutas, legumes e verduras e pobre em gorduras diminui o risco de câncer de cólon e reto.

Os indivíduos com um ou mais dos fatores de risco não evitáveis para câncer de cólon e reto devem procurar aconselhamento médico para discutir qual a melhor estratégia para a detecção precoce e quando começar.

Os indivíduos que não apresenta, esses fatores de risco não evitáveis devem iniciar o rastreamento do câncer de cólon e reto a partir dos 50 anos.

O tipo e a periodicidade dos exames devem ser discutidos com seu médico.

Fontes:

1. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativas 2012: incidência de câncer no Brasil. Coordenação Geral de Ações Estratégicas, Coordenação de Prevenção e Vigilância. – Rio de Janeiro: Inca, 2011.

2. United States Department of Health and Human Services. National Institute of Health. What you need to know about: cancer of the colon and rectum. National Cancer Institute, 2006.