1. O que é e quais são os objetivos da Psico-Oncologia?
A Psico-Oncologia trata dos aspectos emocionais dos pacientes com câncer. O seu principal objetivo é buscar a melhor forma de intervenção para reduzir o sofrimento do paciente durante o processo do adoecimento.
2. Como surgiu a Psico-Oncologia?
Na década de 1970, com a psiquiatra Jimmie Holland, no Memorial Sloan-Kettering Cancer Center em Nova Iorque. Ela criou um serviço de atendimento, pesquisa e treinamento para investigar os aspectos emocionais envolvidos no processo de doença e tratamento do câncer e avaliar sua interferência na vida do paciente.
3. Quando chegou ao Brasil?
O primeiro Encontro Brasileiro de Psico-Oncologia foi realizado em Curitiba, em 1989. Desde então, observou-se grande interesse dos profissionais pela área. E em 1994 foi fundada a Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia.
4. Qual é o papel da Psicologia em um ambulatório oncológico?
O trabalho de um psicólogo em um ambulatório oncológico visa oferecer suporte emocional para que o paciente possa expressar seu sofrimento, compreender as dificuldades do momento vivido, perceber as situações que lhe mobilizam emocionalmente e instrumentalizá-lo para lidar da melhor maneira possível com as alterações e limitações impostas pela doença e pelos tratamentos.
5. Quando o atendimento psicológico é indicado?
Geralmente quando notamos certa dificuldade de adaptação e adesão aos tratamentos propostos e quando ocorrem sintomas depressivos e ansiosos.
6. O tratamento psicológico pode ajudar no tratamento do câncer?
Sem dúvida. A experiência do câncer é geralmente desafiadora, independentemente do local, da extensão, do prognóstico e dos resultados dos tratamentos. Todas essas transformações na rotina do paciente podem contribuir para o desequilíbrio psicológico dele e desencadear diversas reações emocionais. Por essas razões, o tratamento psicológico presta inestimável ajuda no enfrentamento do tratamento oncológico. A presença do psicólogo nos serviços de oncologia é obrigatória por lei (de acordo com a Portaria nº 3.535 do Ministério da Saúde).
7. É normal ter angústia ou tristeza durante o tratamento oncológico?
Normal é, mas depende da intensidade e da duração desses sentimentos. Se esses ficarem muito intensos, ao ponto de interferirem no funcionamento do paciente e na adesão ao tratamento, é importantíssimo buscar ajuda especializada.
8. É possível dar alguns exemplos de questões abordadas pela Psico-Oncologia?
Sim. Uma questão muito discutida é a queda do cabelo decorrente da quimioterapia e de como esse efeito colateral expõe socialmente o paciente. Outra questão muito comum é a dificuldade em lidar com a rotina que os tratamentos impõem e as mudanças que ocorrem no dia a dia do paciente e de seus familiares.
9. Quais são os principais benefícios perceptíveis nos pacientes que passam pelo atendimento da Psico-Oncologia?
A melhor adaptação ao tratamento e à doença, bem como a oportunidade de expressar seus sentimentos em relação ao adoecimento nesse momento delicado de sua vida.
10. Familiares do paciente também podem recorrer a serviços de Psico-Oncologia?
No Grupo COI, em princípio, atendemos os familiares no Grupo de Apoio Emocional para Familiares, coordenado por uma psicóloga da clínica. Ele acontece uma vez por mês, nas unidades da Barra e de Botafogo e é aberto a todos os familiares de pacientes do Grupo COI. É um espaço exclusivo do familiar, onde ele tem a liberdade de se expressar e dividir com outros familiares como é acompanhar uma pessoa com câncer. No grupo, eles têm a oportunidade de compartilhar experiências e perceber que não estão sozinhos nessa fase que muitas vezes se torna desgastante do ponto de vista físico e emocional.
11. Qual é o papel da Psicologia no tratamento do tabagismo?
O psicólogo trabalha juntamente com a equipe multidisciplinar. Seu papel é avaliar o estado mental e emocional do paciente e principalmente orientá-lo a respeito de questões comportamentais na cessação do tabaco, já que o hábito de fumar é muito arraigado na personalidade dos fumantes.
12. Como funciona o apoio emocional para os profissionais que lidam com os pacientes oncológicos?
É função do psico-oncologista dar apoio emocional aos profissionais de saúde que lidam com o paciente oncológico. Hoje, no Grupo COI, tal apoio acontece informalmente, uma vez que estamos disponíveis a escutar e a ajudar nossos colegas de trabalho. Todavia, não ocorre, por enquanto, nenhum trabalho estruturado e sistematizado com os profissionais.
13. O psico-oncologista trabalha com o paciente e sua família, individualmente ou em grupo?
O psico-oncologista pode abordar o paciente e sua família, tanto individualmente como em grupo, dependendo de alguns aspectos clínicos e institucionais.