Definição
Linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer em que a célula maligna (câncer) tem origem no sistema linfático, em particular nos gânglios linfáticos (linfonodos). As células normais que se transformam em células malignas são os linfócitos (um tipo de glóbulo branco). Existem diferentes tipos de linfoma de Hodgkin e conhecê-los permite escolher o tratamento mais adequado. O nome da doença é um reconhecimento ao médico Thomas Hodgkin, que A descobriu em 1832.
A doença é relativamente rara e acomete ligeiramente mais homens do que mulheres. Pode surgir em qualquer idade, mas é mais frequente entre adultos jovens e idosos. Em geral, no mundo, corresponde a 1% dos cânceres diagnosticados anualmente. No Brasil, estima-se para 2016 e 2017 um total de 1.460 casos novos por ano em homens e 1.010 em mulheres. Nas diferentes regiões do país, o linfoma de Hodgkin ocupa entre a 12ª e a 17ª posição entre os tumores malignos mais frequentes. Em 2012, estimou-se que cerca de 0,5% dos cânceres no Brasil seriam linfoma de Hodgkin.
Não se sabe ao certo o que causa a maior parte dos casos. Entretanto, alguns fatores, como baixa imunidade, história pessoal de linfoma não Hodgkin no passado, exposição ao vírus Epstein-Barr e história familiar de linfoma, parecem aumentar o risco.
Alguns sinais e sintomas, como aumento dos linfonodos (no pescoço, nas virilhas e nas axilas), suores noturnos, febre e perda de peso sem causa aparente, cansaço e coceira na pele, podem ser causados pela doença.
Alguns exames podem ser realizados para diagnosticar a doença. O principal exame é a biópsia dos gânglios linfáticos suspeitos. Além do exame da morfologia das células dos linfonodos, também são feitas análises de imunofenotipagem. A característica principal do linfoma de Hodgkin é a presença da célula de Reed-Sternberg (linfócito de forma e tamanho alterado). Outros exames: exame físico, exames de sangue (hemograma completo e exame bioquímico) e exames de imagem, como tomografia computadorizada.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o linfoma de Hodgkin em dois grandes grupos: tipo clássico (95%) e tipo predominância linfocítica nodular (5%). O tipo clássico ainda se subdivide em esclerose nodular, celularidade mista, rico em linfócitos e depleção linfocítica. O subtipo esclerose nodular é o mais frequente, enquanto o depleção linfocítica é o mais raro.
O linfoma de Hodgkin é classificado quanto à extensão da doença em quatro estágios (de I a IV). Quanto maior o estágio, maior o volume de doença. Também são empregadas as letras A, B, S, E e X para identificar, respectivamente, ausência de sintomas como febre e emagrecimento, presença de sintomas, acometimento do baço, acometimento de órgãos ou tecidos, que não o sistema linfático, e doença volumosa (linfonodos maiores que 10 cm de diâmetro e doença no mediastino). Outra forma de classificar é descrever a doença como estágio precoce ou avançado. A doença precoce ainda pode ser classificada em precoce favorável e precoce desfavorável.
Existem diferentes tipos de tratamento para pacientes com linfoma de Hodgkin. As principais formas de tratamento são a quimioterapia, a radioterapia, o tratamento com esteroides e transplante de medula óssea. Recentemente, incorporou-se o uso de terapias biológicas como mais uma modalidade de tratamento. O importante é que o tratamento seja planejado por uma equipe multidisciplinar e com experiência no tratamento de linfomas.
O prognóstico depende de diversos fatores relacionados ao paciente e à doença. A sobrevida, em países desenvolvidos, é maior que 90% para os estágios I e II e entre 75% e 90% para os estágios III e IV. Nos países de média renda, como o Brasil, os percentuais são, em geral, um pouco menores.
Não há evidências disponíveis para recomendar intervenções de prevenção e detecção precoce (rastreamento).
Fontes:
1. Cancer Research UK home page (http://www.cancerresearchuk.org)
2. National Cancer Institute (NCI) home page (http://www.cancer.gov/)
3. Portal do Instituto Nacional de Câncer (INCA) (http://www2.inca.gov.br)