Definição
A próstata é parte do sistema reprodutivo masculino. Anatomicamente, está localizada na frente do reto (final do intestino) e embaixo da bexiga. A próstata envolve a uretra, que é o canal que leva a urina da bexiga para fora do corpo. Normalmente a próstata tem as medidas de uma noz, entretanto, quando aumentada de tamanho, pode comprimir a uretra e diminuir ou cessar o fluxo de urina. A próstata também é uma glândula e produz parte do líquido seminal (que ajuda a carregar os espermatozoides) e uma proteína conhecida como PSA (Prostate-Specific Antigen) ou o antígeno prostático específico. Tumores (crescimentos celulares) benignos e malignos podem acometer a próstata. O tumor maligno mais frequente dessa glândula é o adenocarcinoma da próstata.
Estimam-se 60.180 novos casos de câncer de próstata para o Brasil no ano de 2012, com um risco aproximado de 62 casos a cada 100 mil homens.
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer de próstata é de maior incidência em todas as regiões do país, com um risco estimado de 78 novos casos a cada 100 mil homens no Sudeste, 75 a cada 100 mil n Centro-Oeste, 68 por 100 mil no Sul, 43 por 100 mil no Nordeste e na 30 a cada 100 mil no Norte.
O fator de risco mais importante para o desenvolvimento do câncer próstata é a idade.
O câncer de próstata é raro antes do 50 anos e o risco aumenta com a idade. História familiar de câncer de próstata e excesso de hormônio masculino (testosterona) podem aumentar o risco.
A ingestão de folato (tipo de Vit.B) e o uso de susbstâncias que diminuem os níveis de testosterona podem reduzir o risco.
Os sintomas do câncer de próstata normalmente estão relacionados às vias urinárias, como fluxo de urina reduzido ou urinar com muita frequência (e em pequena quantidade).
Outros sintomas menos constantes são: interrupção do jato urinário, dificuldade para iniciar e manter o ato de urinar, dor ou queimação no momento de urinar, sangue na urina, dor permanente na bacia, no períneo (entre o pênis e o ânus) ou na região lombar e ejaculação dolorosa.
O seu médico irá conduzir uma investigação diagnóstica para saber se seus sintomas podem ser, ou não, um câncer de próstata.
Os exames habitualmente realizados são o exame digital retal (toque retal), a dosagem de PSA no sangue, o US transretal e eventualmente a biópsia (transretal ou transperineal).
A retirada de tecido da próstata para análise é o único método para confirmar um câncer de próstata localizado.
O exame histopatológico permite classificar o tipo de câncer de próstata.
A maioria dos casos da doença é chamada de adenocarcinoma (mais de 95%). O grau de diferenciação e anormalidade celular correlaciona-se diretamente com a agressividade do tumor. Este grau de diferenciação é medido pela classificação de Gleason (valores entre 2 a 10).
Quanto maior o valor, maior a agressividade do tumor.
Após o diagnóstico e a classificação histológica do câncer de próstata, é feito o estadiamento da doença, ou seja, verificar a extensão da enfermidade.
Para isso, geralmente são pedidos exames complementares, especialmente exames de imagem, como cintilografia óssea, e eventualmente TC e RNM. O objetivo desses exames é determinar a extensão da doença e o tipo ideal de tratamento para aquele determinado paciente.
O estadiamento do câncer de próstata utiliza os algarismos Romanos de I a IV, sendo os menores algarismos os cânceres localizados e os maiores algarismos os cânceres avançados.
Habitualmente o tratamento do câncer de próstata envolve uma equipe multiprofissional que inclui cirurgiões, oncologistas, radioterapeutas, entre outros profissionais médicos e não médicos.
O tratamento padrão habitual para os tumores de próstata envolve diferentes opções de acordo com a extensão da doença.
Não é infrequente a utilização de mais de uma modalidade de tratamento, cujas opções incluem cirurgia, radioterapia, terapia hormonal, quimioterapia, imunoterapia e até a mesmo uma estratégia chamada observação vigilante.
O tratamento é individualizado, portanto o que é melhor para um paciente pode não o ser para outro. O melhor tratamento para você depende de sua idade, do seu grau de Gleason, do estágio do tumor, dos seus sintomas, do seu estado geral de saúde e de suas preferências.
O prognóstico do câncer de próstata dependerá da extensão da doença no momento do diagnóstico, das características biológicas do tumor e das condições de saúde do paciente.
Com os avanços das técnicas cirúrgicas, da radioterapia e dos medicamentos (hormonioterapia, imunoterapia e quimioterápicos), o prognóstico é muito bom para os tumores localizados e menor para a doença avançada ou metastática.
A prevenção primária do câncer de próstata se dá pela diminuição dos fatores de risco.
O excesso de testosterona está entre os fatores de risco que podem ser alterados.. Converse com seu médico sobre a possibilidade da utilização de medicamentos que diminuem os níveis de testosterona e suas vantagens e desvantagens.
O rastreamento do câncer de próstata, isto é, a realização de exames periódicos para identificação de tumores em homens que não apresentam sintomas vem sendo estudada há várias décadas.
Os dois maiores estudos sobre a efetividade do rastreamento em reduzir a mortalidade pelo câncer de próstata mostraram resultados contraditórios. Portanto, as evidências científicas não são suficientes para determinar se o rastreamento reduz a mortalidade pelo câncer de próstata.
Converse com seu médico sobre as vantagens e desvantagens de realizar o rastreamento do câncer de próstata.
1. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativas 2012: incidência de câncer no Brasil. Coordenação Geral de Ações Estratégicas, Coordenação de Prevenção e Vigilância. – Rio de Janeiro: Inca, 2011.
2. United States Department of Health and Human Services. National Institute of Health. What you need to know about: prostate cancer. National Cancer Institute, revised 2012.
3. National Cancer Institute (NCI) home page (http://cancer.gov/).