O fator de risco mais importante para o desenvolvimento do câncer próstata é a idade. A doença é rara antes dos 50 anos e é nesta idade que normalmente deve-se iniciar a investigação. Pacientes com história familiar de câncer de próstata e ascendência afro-brasileira, aspectos que também são considerados fatores de risco, devem iniciar esta investigação antes, aos 45 anos.

Também é preciso entender a diferença entre a prevenção e o diagnóstico precoce ou rastreamento: A prevenção primária se dá pela diminuição dos fatores de risco. O excesso de testosterona está entre os fatores de risco que podem ser alterados. Um médico pode avaliar a possibilidade da utilização de medicamentos que diminuem os níveis de testosterona e suas vantagens e desvantagens. O rastreamento do câncer de próstata, isto é, a realização de exames periódicos para identificação de tumores em homens que não apresentam sintomas vem sendo estudada há várias décadas, e consiste na avaliação clínica com história médica e familiar, exame físico incluindo o toque retal, além de exames como a dosagem sanguínea do antígeno prostático específico (PSA) e, mais recentemente, da ressonância magnética da próstata. O médico deve discutir com o paciente quais são as vantagens e desvantagens de realizar este rastreamento.

O toque retal da próstata é um exame simples, rápido e barato, que muitas vezes pode identificar uma alteração da próstata inicial. Em todos os casos, o médico irá conduzir uma investigação diagnóstica para saber se os sintomas indicados pelo paciente podem ser, ou não, um câncer de próstata. Os exames habitualmente realizados, além do do toque retal são a dosagem de PSA no sangue, o US transretal e eventualmente a biópsia (transretal ou transperineal). A retirada de tecido da próstata para análise é o único método para confirmar um câncer de próstata localizado.

Havendo este diagnóstico, o tratamento do câncer de próstata envolve uma equipe multiprofissional que inclui cirurgiões, oncologistas, radioterapeutas, entre outros profissionais médicos e não médicos. O tratamento padrão habitual para os tumores de próstata envolve diferentes opções de acordo com a extensão da doença. Não é infrequente a utilização de mais de uma modalidade de tratamento, cujas opções incluem cirurgia, radioterapia, terapia hormonal, quimioterapia, imunoterapia e até a mesmo uma estratégia chamada vigilância ativa O tratamento é individualizado, portanto o que é melhor para um paciente pode não o ser para outro. O melhor tratamento depende da idade, do grau de Gleason, do estádio do tumor, dos sintomas, do estado geral de saúde do paciente e de suas preferências.

Os homens cada vez mais procuram seus médicos para cuidar da saúde em geral, tratando de problemas como a hipertensão, diabetes e dislipidemia. Ora, segundo estimativas do INCA, são esperados 61.200 novos de câncer de próstata em 2016. No Brasil, ele é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres (informações do site do INCA). Seria, portanto, de se esperar que os homens tivessem uma preocupação mais frequente com esta doença, e é o que tem acontecido. A despeito dos medos relacionados ao toque retal, cada homem quer cuidar da sua saúde da melhor forma possível.