Definição
Linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer em que a célula maligna (câncer) tem origem no sistema linfático, que é um componente do sistema imunológico. Os linfomas não Hodgkin são diferentes do linfoma de Hodgkin, embora apresentem características clínicas semelhantes. Existem dezenas de linfomas não Hodgkin que, em geral, são classificados como indolentes ou agressivos. Os linfomas também podem ser classificados de acordo com a célula afetada (linfócito B ou T). A maior parte dos linfomas é constituída de linfócitos B. Os linfomas não-Hodgkin podem acometer tanto adultos, como também crianças e adolescentes.
A doença é relativamente frequente em todo o mundo e acomete mais frequentemente idosos (acima de 65 anos) e homens. Em 2012, no mundo, metade dos casos e mais de 60% das mortes ocorreram em regiões menos desenvolvidas. Estimam-se mais de 5 mil casos novos de linfoma não Hodgkin em homens e cerca de 5 mil em mulheres para o Brasil em 2016.
Alguns fatores aumentam o risco de ter um linfoma não Hodgkin, embora o fato de tê-lo não signifique que o indivíduo terá um linfoma. Idade avançada (mais de 65 anos), sistema imunológico deficiente (AIDS, doença autoimune, uso de drogas imunossupressoras etc.), história familiar de linfoma não Hodgkin, exposição a quimioterápicos e infecções por algumas bactérias e vírus (H. Pylori e vírus de Epstein-Barr) aumentam o risco.
Alguns sinais e sintomas, como aumento dos linfonodos (no pescoço, nas virilhas e nas axilas), suores noturnos, febre e perda de peso sem causa aparente, cansaço e coceira na pele, podem ser causados pela doença.
Alguns exames são frequentemente realizados para o diagnóstico dos casos suspeitos. O exame físico completo, com destaque para a palpação de eventuais gânglios linfáticos aumentados, é fundamental. A retirada de fragmento da medula óssea e sangue (biópsia e aspirado da medula óssea) e posterior análise microscópica por um patologista são essenciais para o diagnóstico. A retirada de gânglios linfáticos suspeitos e a análise microscópica também podem ser realizadas. Análises específicas das células tumorais, como imuno-histoquímica, imunofenotipagem e análise citogenética são, utilizadas para classificar o tipo de linfoma. Outros exames podem ser realizados dependendo dos sinais e sintomas e da localização do tumor. Em geral, são realizados alguns exames de sangue (hemograma, bioquímico) e eventualmente de imagem (raios X, TC, RNM).
Vários sistemas de classificação já foram criados para classificar os linfomas não Hodgkin. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recentemente (2016) publicou uma nova classificação dos linfomas não Hodgkin. Existem diferentes tipos de linfoma não Hodgkin e entender como eles são classificados pode ser difícil para um não especialista. Em geral, os linfomas são classificados, de acordo com as características da célula tumoral, em baixo ou alto grau, em linfomas de células B ou T, em linfomas de pequenas ou grandes células, e linfomas foliculares ou difusos. Linfomas de alto grau crescem mais rapidamente em relação aos linfomas de baixo grau e, por isso, também são chamados de agressivos.
O linfoma não Hodgkin possui quatro estágios (de I a IV). Quanto maior o valor, maior a quantidade de doença. Acompanham essa classificação as letras A e B para significar, respectivamente, ausência e presença de sintomas como febre, perda de peso e suores noturnos. Também são usadas as letras E e S para indicar, respectivamente, doença extranodal (ou extraganglionar) e comprometimento do baço. Uma maneira simplificada de estadiamento é classificar os linfomas em doença limitada e doença avançada de acordo com a incidência de doença e presença ou ausência de determinados sintomas.
Existem diferentes tipos de tratamento para pacientes com linfoma não Hodgkin. Alguns tratamentos são considerados padrão, enquanto outros são considerados experimentais. As principais formas de tratamento são a quimioterapia, a radioterapia, o tratamento com esteroides e transplante de medula óssea. Recentemente, incorporou-se o uso de terapias biológicas (imunoterapia e terapia-alvo) como mais uma modalidade de tratamento. O importante é que o tratamento seja planejado por uma equipe multidisciplinar e com experiência no tratamento de linfomas.
O prognóstico depende de diversos fatores relacionados ao paciente e à doença. Linfomas de baixo grau são difíceis de erradicar completamente, entretanto conseguem se manter em controle por vários anos. Os linfomas de alto grau necessitam de tratamentos mais agressivos, entretanto muitos pacientes são curados. Em geral, a sobrevida em cinco anos para os linfomas nos países desenvolvidos é de 70%-80%.
Não há evidências disponíveis para recomendar intervenções de prevenção e detecção precoce (rastreamento).
Fontes:
1. Cancer Research UK home page (http://www.cancerresearchuk.org)
2. National Cancer Institute (NCI) home page (http://www.cancer.gov/)
3. Portal do Instituto Nacional de Câncer (INCA) (http://www2.inca.gov.br)