1. O que é braquiterapia?
O prefixo grego brachys significa “curta distância”. A braquiterapia é um tipo de radioterapia em que a fonte radioativa é colocada dentro da área a ser tratada ou junto a ela. A inserção pode ser temporária ou permanente. Uma das características mais importantes da braquiterapia é que a radiação gerada pela fonte afeta apenas áreas muito próximas do local que será tratado, protegendo assim tecidos sadios.
2. Para quais tipos de câncer a braquiterapia pode ser utilizada?
É utilizada principalmente em tumores ginecológicos como reforço ao tratamento de radioterapia externa já realizado ou como tratamento exclusivo pós-operatório. Pode ser indicada também para tumores de próstata, pele, mama, cabeça e pescoço, entre outros.
3. No caso da braquiterapia ginecológica, quais são os efeitos colaterais mais comuns advindos desse tipo de tratamento?
Os efeitos colaterais podem ser agudos (durante o tratamento) ou crônicos (semanas ou meses após o término do tratamento).
Agudos: Ardência ao urinar; aumento da frequência urinária; pequeno sangramento vaginal; diarreia; saída de muco nas fezes; sensação frequente da necessidade de evacuar, mesmo com intestino vazio.
Crônicos: Diarreia crônica, sangramento retal ou urinário, estreitamento do canal vaginal.
4. Existem medidas preventivas para minimizar eventuais sequelas do tratamento?
Ingerir maior quantidade de água, evitar alimentos que aumentem o bolo fecal (grãos, folhas e alimentos integrais ou gordurosos) e bebidas gaseificadas. Além disso, fazer exercícios vaginais, a serem orientados pela equipe multidisciplinar.
5. Como é feito o procedimento de braquiterapia ginecológica no Grupo COI?
Inicialmente, o paciente é avaliado pelo médico da radioterapia, que solicita o risco cirúrgico e determina o número de aplicações e o método a ser usado. A enfermeira da radioterapia fará uma consulta de orientação e agendará as aplicações, de acordo com o protocolo estabelecido pelo médico. Se o procedimento necessitar de sedação, o paciente deverá ser avaliado pelo anestesista após realização dos exames e será orientado a fazer jejum nos dias de procedimentos. Em média, são realizadas de 3 a 5 aplicações.
No primeiro dia, será realizada uma tomografia computadorizada após a inserção dos aplicadores. As imagens geradas serão utilizadas para o planejamento do tratamento. Conforme o tratamento proposto, pode ser necessária a realização desse planejamento em cada aplicação.
6. Qual a relação da radioterapia dos cânceres ginecológicos com a fertilidade? Esta pode ser afetada?
Quando a paciente tiver recebido radioterapia externa na pelve, as doses utilizadas comumente já ultrapassam a dose de tolerância dos ovários, provocando muitas vezes infertilidade e menopausa precoce. As doses isoladas de braquiterapia não seriam suficientes para causar falência ovariana; porém, quando somadas à radioterapia externa, contribuem para a infertilidade.
7. Existe alguma orientação para casos de mulheres que desejam engravidar?
Durante a radioterapia / braquiterapia, é fortemente recomendado que as pacientes não engravidem em razão do alto risco de abortamento e malformações genéticas. Após o término do tratamento, a paciente deverá ser avaliada por um especialista para que se verifique a possibilidade de gestação.
8. O tratamento pode afetar a qualidade da vida sexual da mulher?
Durante o tratamento, não há contraindicação de relação sexual; porém, por causa dos efeitos colaterais agudos, pode haver desconforto. Contudo, há a possibilidade de esse desconforto ser manejado nas consultas de revisão. Após o tratamento, a paciente pode apresentar estreitamento vaginal, dificultando as relações. Para evitar tal efeito, todas as pacientes são orientadas a manter atividade sexual e/ou a fazer exercícios vaginais que o minimizem.
9. Quais são os diferenciais do serviço de braquiterapia no Grupo COI?
Embora as doses empregadas no tratamento de radioterapia sejam protocolos internacionais, no Grupo COI utilizamos planejamento baseado em tomografia (chamado “conformacional”), que permite otimizar a dose em tecidos a serem tratados. Isso poupa tecidos e órgãos sadios adjacentes, reduzindo a toxicidade e trazendo, assim, mais segurança ao tratamento.