Definição
A cérvice (ou colo do útero) é parte do sistema reprodutivo feminino. Anatomicamente está localizada na pelve (região cercada pelos ossos da bacia) e constitui a parte final do útero.
O colo do útero conecta o útero com a vagina e durante a menstruação, serve de passagem para o fluxo de sangue do corpo do útero para a vagina. O colo do útero produz uma secreção chamada muco que favorece a mobilidade dos espermatozoides da vagina para o interior do útero.
Durante a gravidez o colo do útero permanece “fechado” até o momento do parto, quando sofre uma dilatação e permite a passagem do bebê.
Estimam-se 17.540 novos casos de câncer do colo do útero para o Brasil no ano de 2012, com um risco aproximado de 17 casos a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores de maior incidência no Norte do país, com um risco estimado de 24 novos casos a cada 100 mil mulheres.
No Sul e Sudeste ocupam respectivamente a quarta e a terceira posição.
O principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero é a presença de infecção crônica pelo vírus HPV. A maioria das mulheres com infecção pelo HPV acaba eliminando o vírus.
Entretanto, uma pequena parte permanece com infecção crônica pelo vírus.
Estas mulheres têm um risco maior de desenvolver um câncer do colo do útero.
O consumo regular de cigarro e histórico pregresso de doenças sexualmente transmissíveis aumentam o risco.
Habitualmente, o câncer do colo do útero não apresenta sintomas iniciais.
Nos estágios avançados da doença, a mulher pode apresentar os seguintes sintomas: sangramento pela vagina, sangramento durante o ato sexual ou após o exame ginecológico, sangramento após a menopausa ou sangramento excessivo durante a menstruação, secreção pela vagina e dor na pelve.
O seu médico irá conduzir uma investigação diagnóstica para saber se seus sintomas podem ser, ou não, um câncer do colo do útero.
Os exames habitualmente realizados são o ginecológico (observando o colo do útero), o exame das células do colo (exame preventivo ginecológico) e a biópsia do colo do útero.
O exame histopatológico da biópsia do colo do útero permite classificar o tipo de câncer.
A maioria dos cânceres do colo do útero é chamada de carcinoma epidermoide.
Após o diagnóstico e a classificação histológica do câncer do colo do útero, é feito o estadiamento da doença, ou seja a verificação da extensão da enfermidade.
Para isso, geralmente são pedidos exames complementares, especialmente exames de imagem como RX tórax e TC e RNM de abdômen e pelve.
O objetivo desses exames é a extensão da doença e determinar o tipo ideal de tratamento para aquele paciente.
O estadiamento do câncer do colo do útero utiliza os algarismos romanos de I a IV, sendo os menores algarismos os cânceres localizados, e os maiores algarismos os cânceres avançados.
Habitualmente o tratamento do câncer do colo do útero envolve uma equipe multiprofissional que inclui cirurgiões, oncologistas, radioterapeutas, entre outros profissionais médicos e não médicos.
O tratamento padrão habitual para esses tipos de tumores envolve diferentes opções de acordo com a extensão da doença.
Não é infrequente a utilização de mais de uma modalidade de tratamento cujas opções incluem cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
O tratamento é individualizado, portanto o que é melhor para um paciente pode não ser para outro.
O melhor tratamento para você depende do estágio do tumor e se você pretende engravidar caso ainda esteja em idade reprodutiva.
O prognóstico do colo do útero dependerá da extensão da doença no momento do diagnóstico, das características biológicas do tumor e das condições de saúde do paciente.
O prognóstico é muito bom para os tumores localizados e menor para a doença avançada ou metastática.
A maioria das mulheres apresenta doença localizada em função da realização regular do exame preventivo em nossa população.
A prevenção primária do câncer do colo do útero se dá pela diminuição dos fatores de risco.
Dentre os fatores de risco que podem ser alterados temos a infecção pelo vírus HPV.
A abstinência sexual ou a utilização de métodos de barreira (uso da camisinha) diminuem o risco de exposição ao vírus. A realização periódica do exame preventivo ginecológico e o tratamento das lesões precursoras diminuem a incidência e a mortalidade pelo câncer do colo do útero.
Converse com seu medico sobre este exame, sua periodicidade e a melhor faixa etária para realização do mesmo. A vacina contra os vírus HPV 16 e 18 reduz a incidência de infecções persistentes e a chance de desenvolver um câncer do colo do útero em mais de 90% das mulheres vacinadas.
A efetividade da vacina após 6-8 anos ainda não está bem estabelecida.
1. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativas 2012: incidência de câncer no Brasil. Coordenação Geral de Ações Estratégicas, Coordenação de Prevenção e Vigilância. – Rio de Janeiro: Inca, 2011.
2. United States Department of Health and Human Services. National Institute of Health. What you need to know about: cervical cancer. National Cancer Institute, revised 2012.
3. National Cancer Institute (NCI) home page (http://cancer.gov/).